O mercado imobiliário de alto padrão em Florianópolis figura entre os mais valorizados do país, com possibilidades de rendimentos acima da inflação. A cidade vive uma grande efervescência com o lançamento de empreendimentos cada vez mais diferenciados nos quesitos luxo, conforto, tecnologia e sustentabilidade.
A economia pujante e diversificada e o IDH de padrão europeu (0,847) tornam a capital catarinense atrativa para estrangeiros e brasileiros de outras regiões. A explosão da demanda, somada às limitações geográficas da ilha, foi o principal fator da valorização de quase 11% observada entre fevereiro de 2022 e o mesmo mês de 2023, segundo o Índice FipZap+. Com estoque baixo e liquidez, o mercado imobiliário de Florianópolis é formado basicamente pelos segmentos de alto padrão (acima de R$ 1 milhão), luxo (de R$1,5 milhão a R$ 3 milhões) e superluxo (acima de R$ 3 milhões). A avaliação é de Guilherme Werner, sócio consultor da Brain Inteligência Estratégica. “A cidade tem um plano diretor que visa à preservação e à sustentabilidade e limita o adensamento, a especulação desordenada e a verticalização. Isso torna a ilha um local com pouca oferta e baixa reposição de imóveis novos, gerando escassez”, afirma.
O resultado, acrescenta Werner, é o deslocamento dos novos empreendimentos para a região à beira-mar. São empreendimentos que oferecem serviços exclusivos e infraestrutura de lazer completa. Os condomínios de mansões que margeiam a costa florianopolitana ostentam preços equivalentes aos da badalada Zona Sul carioca ou do Itaim Bibi paulista: em torno de R$ 50 mil o metro quadrado.
É o caso dos lançamentos do grupo Habitasul em parceria com a Unique MCA, que fazem parte da expansão do bairro planejado Jurerê Internacional. Um deles é o Puro Brasil Design Living, já em construção e 100% vendido, que reúne prédios comerciais e edifícios residenciais.
Serão 67 unidades com duas e três suítes de 105 a 155 metros quadrados, e coberturas com até 300 metro quadrados, que custam a partir de R$ 25 mil o metro quadrado. O VGV estimado é de R$ 300 milhões, com prazo de conclusão para 2025. O projeto arquitetônico é da Arq7, com paisagismo do escritório Burle Marx. “Jurerê é mundialmente reconhecido por seus ‘beachs clubs’, hotéis e praias. O Puro representa o encontro da sofisticação arquitetônica com a natureza exuberante”,
analisa André Araújo, CEO da Unique.
Na segunda fase, a expansão do Puro prevê a ocupação de 15 mil metros quadrados onde serão construídos um condomínio residencial e um hotel boutique. Serão mansões suspensas com até 700 metros quadrados, que custarão a partir de R$ 50 mil o metro quadrado. O VGV é estimado entre R$700 milhões e R$ 800 milhões.
Os empreendimentos fazem parte do projeto de expansão do bairro planejado Jurerê Internacional nas próximas duas décadas. “Essa nova etapa terá edifícios sustentáveis e deverá ser implantada até 2035. Mas a ocupação será de apenas cerca de 11% da área de 310 hectares. O restante será preservado,” informa Roberto José Mateus, diretor de Negócios do grupo Habitasul. Segundo ele, os projetos preveem o uso de tecnologias “ecofriendly”, com captação de água da chuva, energia solar e sistemas de automação residencial, atendendo às demandas do público.
O Moradas do Canto, da CFL Participações, por exemplo, está localizado na encosta de um morro na região da Lagoa da Conceição e terá apenas três pavimentos com 20 unidades. Segundo o CEO, Luciano Corrêa, é justamente o compromisso com a sustentabilidade e a preservação ambiental que atrai para Florianópolis investidores estrangeiros e de todo o país. “Valorização dos imóveis, qualidade de vida e projetos diferenciados atraem para a cidade um público com maior capacidade de investimento, interessado tanto na segunda quanto na primeira moradia”, afirma Corrêa.